Cérebro e Transtornos Psiquiátricos: a ciência além das conexões neurais

Recentemente, a psicóloga Juliana Belo Diniz publicou em seu perfil no Instagram uma reflexão sobre os limites da explicação biomédica para transtornos mentais, centrada nos estudos de conectividade funcional cerebral. Embora pesquisas identifiquem relações entre padrões neurais e sofrimento psicológico, os efeitos são discretos — e muito distantes de fornecer respostas definitivas.

Ainda assim, manchetes apressadas transformam essas correlações em verdades absolutas, como se já fosse possível diagnosticar e tratar transtornos apenas a partir de sinais neurais. Isso reflete nosso fascínio pelo cérebro-máquina — uma metáfora que pode obscurecer o que realmente importa na clínica.

Na prática do cuidado psicológico, o que cura está na escuta, no vínculo terapêutico sensível, na atenção ao silêncio, às emoções, à narrativa única de cada paciente. Uma ressonância magnética ou um mapa cerebral nunca substituem a presença atenta, calibrada nas sutilezas do discurso, dos sentimentos e dos sentidos que cada pessoa carrega.

Reduzir o sofrimento psicológico a circuitos eletrônicos pode criar um mito: o do “neurofetichismo”, que acredita solucionar as dores humanas com ciência de ponta, mas muitas vezes desconsidera a história, o contexto social, as relações familiares e os traumas.

A psicóloga e autora Juliana Belo Diniz (@julianabelodiniz) nos lembra que, apesar dos avanços da neurociência, a prática terapêutica segue sendo um encontro ético e humano, em que o sujeito é compreendido em sua totalidade — mente, corpo e história.

Referência:
Texto adaptado da publicação de Juliana Belo Diniz no Instagram (@julianabelodiniz).

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