Inteligência Artificial na Psicologia: Ética, Cuidado e os Limites do Humano

Com o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) em diversos setores da sociedade, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou, em julho de 2025, um importante posicionamento sobre os impactos e limites do uso dessas tecnologias no exercício da Psicologia. A nota reafirma o compromisso da profissão com o cuidado ético e com a singularidade da experiência humana, aspectos que nenhuma máquina ou sistema automatizado é capaz de reproduzir.

O CFP destaca que, embora a IA possa ser uma aliada em alguns aspectos técnicos da prática – como triagens, organização de dados ou suporte a processos administrativos –, ela não substitui a presença, a escuta sensível e o vínculo estabelecido entre psicóloga(o) e paciente. A Psicologia se fundamenta em processos subjetivos, complexos e simbólicos, que requerem empatia, julgamento ético e compreensão profunda da condição humana.

O documento enfatiza que o uso de tecnologias na atuação psicológica deve estar sempre subordinado aos princípios do Código de Ética Profissional da Psicologia, respeitando o consentimento informado, a confidencialidade, a privacidade e os direitos dos sujeitos envolvidos. Além disso, qualquer ferramenta baseada em IA deve passar por critérios técnicos e éticos rigorosos, com especial atenção para possíveis vieses, desumanizações ou riscos de uso inadequado.

Durante o ano de 2024, o CFP promoveu seminários e debates com profissionais da Psicologia, pesquisadores e especialistas em tecnologia para refletir coletivamente sobre o tema. Como resultado, constituiu um grupo de trabalho responsável por propor diretrizes mais específicas sobre o uso da IA na prática psicológica.

Para o CFP, a tecnologia pode ampliar acessos e apoiar o trabalho clínico, mas jamais poderá ocupar o lugar do encontro humano que sustenta o processo terapêutico. É nesse espaço de cuidado, escuta e acolhimento que a Psicologia reafirma sua missão: promover saúde, autonomia e sentido diante do sofrimento.

Fonte e autoria:
Este artigo foi elaborado com base no posicionamento oficial do Conselho Federal de Psicologia (CFP), publicado em 3 de julho de 2025.
🔗 Acesse o texto completo: cfp.org.br/cfp-divulga-posicionamento-sobre-inteligencia-artificial-no-contexto-da-pratica-psicologica

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